RAW ou JPEG – Qual a melhor opção?
- danielpinheiroart
- agosto 28, 2024
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Desde jovem, por volta dos 17 anos, me interessei por tentar entender como as coisas funcionavam em um computador quando eu passei efetivamente a ter mais contato com um.
Ainda com acesso difícil à internet à época, procurava passar o tempo futricando nos diversos programas existentes no Windows, como o jazido Windows Movie Maker, até que passei a me interessar por outros softwares mediante pesquisas que eu fazia na rede.
Não demorou muito e eu caí na graça do Adobe Photoshop e logo estava eu lidando também com o Premiere Pro, Audition, Dreamweaver, os já extintos Encore DVD, PageMaker (atualmente InDesign), CorelDRAW, dentre tantos outros. E é graças a isso tudo que muito aprendi sobre formatos de arquivos de áudio, vídeo e, é claro, fotografias/imagens digitais.
Com o passar dos anos a curiosidade me levou cada vez mais a ser autodidata ao ponto de aprender a editar áudio, vídeo e, mais recentemente, produzir belas fotografias, inclusive.
Estando você a par de um pedacinho de minha experiência de vida com essas questões, vamos agora tratar do que realmente interessa?
JPEG: o queridinho dos que nem sabem o que é
O que é JPEG?
É o acrônimo do termo, em inglês, “Joint Photographic Experts Group” que curiosamente quer dizer mais ou menos “Grupo Unido dos Especialistas em Fotografia” que foi um comitê nascido em 1986 para tratar da padronização de questões relacionadas à fotografia digital – em especial aos seus formatos JPEG e derivados.
Este formato de imagem é sem dúvidas o mais difundido e mundialmente conhecido no que diz respeito aos formatos existentes, confrontando o MP3 (áudio). É bastante versátil por permitir compressão de imagens (na ordem de até 20:1, ajustável) gerando um arquivo menor em relação a outros formatos como PNG, por exemplo, permitindo um compartilhamento mais fácil através da internet especialmente quando a banda larga ainda era sonho em outras épocas.
JPEG é o tipo de arquivo que abre em praticamente qualquer software de manipulação de imagem ou de visualização e até processadores de texto, ou ainda, plataformas como DVDs players, impressoras, smartphones (mesmo os mais antigos), etc. E é por causa disso que você, fotógrafo profissional ou aprendiz, deve dedicar atenção especial ao JPEG por razões que lhe serão explicadas mais adiante neste artigo.
Você poderá encontrar arquivos JPEG com as extensões: .jpeg, .jpg (mais comum), .jpe, .jfif, .jif. Caso curioso, já percebi, ocorre quando se baixa uma imagem da internet e ela vem com extensão .jfif e não se consegue abrir o arquivo no computador. Basta alterar o tipo para .jpg. Faça o teste!
Por que você deveria usar JPEG em sua câmera?
Eu consigo elencar três razões técnicas para você utilizar JPEG:
- Você tem pouco espaço de armazenamento no cartão de memória da câmera e pretende fazer muitas fotos. Arquivos RAW são muito mais volumosos;
- Você tem um fluxo de trabalho que o obriga a entregar fotos prontas o mais rápido possível após captura. Talvez se você faz fotojornalismo, esta é sua realidade;
- Você não tem um software ou aplicativo capaz de trabalhar com arquivos RAW, ou seu dispositivo é lento demais para lidar com tais aplicações;
RAW: o mágico original que nem é tão original assim
O que é RAW?
Raw é uma palavra da língua inglesa que significa “cru”. Ponto.
Contudo, trazendo para a realidade da fotografia digital e dos fabricantes de câmeras, devemos entender o “cru” como “original” ou “bruto”.
Eis aqui o xis da questão.
Você certamente já deve ter lido em algum lugar que o RAW é um formato de arquivo sem processamento, sem perdas e até mesmo sem compressão. Ledo engano.
Em um artigo futuro, pretendo esmiuçar esta questão explicando o porquê há sim um processamento prévio em arquivos do tipo RAW internamente em sua câmera.
RAWs possuem uma faixa de cores superior à obtida pelos JPEGs, uma vez que JPEG nos oferece 8 bits de profundidade por canal de cor RGB contra 12, 14, 16 ou mais bits nos RAWs a depender da câmera.
Calma não se assuste!
Guarde esta informação consigo: 8 bits do JPEG permitem que um único pixel de sua foto tenha um pouco menos de 17 milhões de cores possíveis – em teoria. Em teoria, pois há uma compressão no arquivo JPEG que irá simplificar muito as coisas para lhe entregar um arquivo menor em detrimento dos detalhes.
Já um arquivo RAW de 14 bits de profundidade por canal RGB (Canon 70D, por exemplo), possui uma gama de cores maior. Algo em torno de poucos 4,5 trilhões de cores admissíveis para um único pixel!
Não irei discorrer aqui sobre essa questão muito mais técnica, mas fique com a ideia em mente que 17 milhões para 4 trilhões de cores para serem manipuladas em pós-produção é uma grande e indiscutível vantagem quando se pretende muito mais possibilidades criativas e qualidade como resultado final.
Abaixo uma lista dos formatos RAW mais conhecidos:
- Adobe: .DNG
- Canon: .CRW, .CR2, .CR3
- Nikon: .NEF, .NRW
- Olympus: .ORF
- Pentax: .PEF, .PTX
- Sony: .ARW, .SRF, .SR2
Por que você deveria usar RAW em sua câmera?
- Armazenamento não é problema para você. Você tem um cartão de memória generoso e em seu computador ou em uma nuvem pessoal há espaço de sobra e você tem tempo para manipular os arquivos;
- Você pretende pós-produzir suas fotos editando-as através do Photoshop, Lightroom ou qualquer outra aplicação. Arquivos RAW contêm uma quantidade maior de informação sobre a luz capturada na foto permitindo uma manipulação mais aprimorada em detalhes;
- Qualidade é o seu foco. Se você prima por qualidade acima de espaço de armazenamento, você deveria preferir RAW a JPEG.
Conclusão
Boa parte das câmeras digitais disponíveis no mercado permitem que tudo seja armazenado tanto em RAW quanto JPEG. Por isso eu sugiro que você, na dúvida, faça nos dois formatos ao mesmo tempo (configurável na câmera na maioria das vezes). Isso permitirá que você tenha à mão arquivos para uma entrega mais rápida como já discutido e arquivos que podem conter aquela fotografia espetacular que vale a pena o processamento aprimorado depois que estiver fora de sua câmera. E vai por mim, você pode estar caminhando na rua, em um parque, etc. e se deparar com o momento de fotografar aquele pôr-do-sol e não vai querer se arrepender se tiver feito tudo em JPEG.
Final e obviamente, ao finalizar seu trabalho de pós-produção fotográfica, você deve lançar mão do JPEG como arquivo de saída final para distribuir para seus clientes quaisquer que sejam. Nenhum cliente seu irá conseguir abrir um arquivo RAW na maioria das vezes ou postar no Instagram, por exemplo.
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